quinta-feira, 4 de novembro de 2010

lento aprendizado da arte de contradizer-me

Me contradisse. infinitamentesemsairdolugar no último mês. Estou como quem está em outro país. Com a mesma língua. Talvez o mesmo país, em outro tempo. Talvez o mesmo país, ontem.

Quis o inexistente pelo valor da utopia, para em segundos pesadamente perceber o valor da existência. A realidade (deste exato momento que se constrói de muitos) é a impossibilidade da construção sem a existência prévia. Existe uma presença física daquilo que HÁ. Que utopia nem construção se permite sem. Existência daquilo que é Existente, o Ser. "Being is prior to nothing"
Estou feliz por entrar em contradição. Piso-a como um colchão.

"quer minha ´calma´ tranquilize ou irrite, nunca ninguém a questiona, ninguém pergunta do que ela é feita. Ora, ela é feita disto: de uma consciência imediata e precisa dos mínimos movimentos de afeto que tomam conta d meu corpo"

Pequeno apanhado de verdades absolutas recentemente passadas:

25/10
Na chuva chorar não é exclusão, é movimento de massas. coerente.
De repente a imagem da blusa dela me externalizava perfeitamente: as mesmas cores e dois tecidos. Linhas retas, listras versus flores. Não consigo unir dois lados de mim, que lutam ferozes, me mantendo derrotadamente inativa.
As baratas estão todas vivas.
Eu desisti. Dos dois caminhos? Onde eu enfio as flores? Como seguro as listras?
Eu e minha alma não nos desistimos, nem vencida está a força de um dos braços. Ambas sentadas sobre os degraus, olham cansadas a floresta no chão da cozinha. Não querem mais se olhar nos olhos. Acaricio com um pouco de ódio os cabelos dela, molhados de lágrimas: ela não tem culpa de nada. Minha alma infante deita a cabeça cansada sobre minhas coxas duras, e me molha de dor salgada. Ela sabe que não mudarei. Ela sabe que nossa paz é impossivel. Ela me ama, mais que uma irmã. Eu a amo com ódio da sua fraqueza. Ela me ama com dor pela minha força. Minha leveza, e o peso dela. Minhas estradas, e os sonhos dela...

;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;

(recortando o auto-método da dedução frequencial psicanalizado, resumo a segunda verdade absoluta momentânea ao que se segue)

Sempre te achei uma montanha frágil

Quando ia para casa, deparei-me com uma sequência de faróis amarelos. Quebrados: incansavelmente, insistentemente e estagnadamente amarelos.
O sol, a bile.
A tua presença é um ótimo artifício de fuga para meus pensamentos. O melhor jeito de fugir de você é estando ao seu lado.

E tenho dito. amanhã, direi exatamente o oposto. Assim espero.

Sem comentários:

Enviar um comentário