não é uma ameaça, minha partida.
não é blefe, tampouco.
minha partida é um risco contínuo
dessa linha que corta
da ponta de cá
até a beira da página tímida.
ou a folha preenche de cores, abre-se,
origami
ou o risco da caneta transcreve
e rasga o ar.
é a falta de cabimento:
é o caber sem pertencer
que deixo para trás
feito caroço.
quero a página transbordante de linhas e curvas,
cheiro de tinta fresca.
O ponto sem nó, as doze vírgulas,
e aquele agradecimento periférico,
eles, meu amor,
eu nego.
não me ofereça alternativas, um p.s,
notas de rodapé.
Ou bem a escolha que desencolhe,
ou bem o horizonte.
quarta-feira, 17 de junho de 2015
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