domingo, 11 de maio de 2014

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teu sorriso de papel
que não serve de nada, que não despe ninguém
que nem é de papel
não sinto raiva, que ódio de não sentir raiva, que tédio de não verter-te em.
te jogo de novo uma flecha e você responde corta
a locação fecha, virtual
o boom ta aparecendo no alto da página, eu sei.

não é teatro, meu bem, não é verdade
é ficção de passado, fixação sem erro
eu jogo a flecha e você nem fere nem agarra nem arde
guarda, pelo menos, a carta
que raiva, não sinto a menor raiva.
teu sorriso amarelo redondo que nem é sorriso, é só um não
lembro quando eles respondiam mentiras pelo menos
entra no clima, escuta billie holiday, volta um pouco a fita
a gente brinca, só, pra dizer que ainda dava tempo
dava tempo despontar naquele canto um dente, uma voz, dava tempo de ver
teu cabelo sumindo na multidão

sorriso é pior que reticência
mastiga tua maçã azeda,
me perde na biblioteca,
pingos nos ípselons

eu continuo com cheiro de ontem.

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