Passou, então, a inveja, os ciumes, grande parte da dor nos ossos. Os retratos, os trapos os pratos, talvez um pedaço até mesmo do papel. O bonde o trem, as horas, a saudade a fuga, a espera a vontade, a ponderação e a dor de garganta. Passou o pano de chão e lavou as paredes, desligou as luzes e acendeu as maçanetas. Passou o carteiro, o porteiro, o relojoeiro, a banda cantando coisas de amor. A janela, ela mesma também passou. O ponto as luvas, o peixe e as uvas, passaram os três filmes, no mudo. A tarde a noite na cama o domingo no parque, a rosa e o sorvete. José, João, o torcicolo e as chuvas de verão. O vício o vinco o tesão. Não, ele não. Mesmo os passistas impassáveis passivos por onde não passa nem uma mosca, os pacifistas. Passaram até os passados mais atados em nó arcano. Os vultos, os pesadelos, as sombras, o nevoeiro, e aquele gosto enorme de aeroporto. O recado, a bolsa e a carteira, as frutas todas da fruteira.
Feito bloco de carnaval
epílogo, os carros na marginal.
Como uma gripe.
ele mesmo, calado, passou olhando pro outro lado, disfarçado de dar dó.
Passou e só.
Sem comentários:
Enviar um comentário