domingo, 17 de agosto de 2014

eu sei que vou te amar
por toda a minha vida eu vou te amar
sem desespero algum

cada coração que nasce em mim expande explode, vira a esquina um mar
será teu pra sempre
o corpo se fecha então, por sobre a carne, treme, arqueia, contrai, arde
e concebe um novo coração
que eu dou de presente
como a boca, o cabelo, a buceta, as mãos e os poemas, pra quem eu quiser
antes que se feche a porta, te peço, leva

e recomeço.

cabem em mim, fora de mim, todos os amores do mundo
o ciclo está no meio, o pêndulo quer enxergar.
aqui tem um novo, pequeno coração
em torno de mim, nada
em torno de mim, todos
todas

ali todos os corpos do mundo, todas as iris, todas as línguas, todas as voltas todas as ondas

nunca, nem por um segundo, deixei de amar quem tomou-me-tomou-se a mão
não é roubável,
é confecção própria, coisa que não quer ficar em si
todos são presentes

há corações para dar e vender,
esperando dentro das células

eu tenho tudo.

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